Powered By Blogger

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Começo do fim

Se meu nome estivesse escrito num caderno como esse, qual seria o fim de tudo? 
A sorte é que na vida e em plena consciência podemos escolher.
Não dormir.
Dormir por quatro dias com o remédio que me tira os sentimentos.
Ou dormir pra sempre...
Se fossem suas escolhas qual seria?
Sentir, não sentir momentaneamente ou nunca mais sentir?
Não resta dúvida não é, se cada coisa que passarmos em nossas vidas fossem acumuladas em caixas d'agua gigantes a minha já teria transbordado há alguns anos atrás e mesmo assim persisto. Resultado de insanidade? Talvez, quem em tanto tempo de vida iria querer viver em um corpo cheio de marcas de um passado que nunca passou?
Não venho por meio deste explicitar minha vida. Mas sim mas uma vez enaltecer o quão forte eu sou por aguentar mais um dia... 
Um dia, depois outro e outro e até quando?
Qual o preço do sacrifício...
Vida eterna?
Ou limbo eterno... Não são ambas as mesmas coisas? Ou sofre em vida, ou sofre até o dia que ia morrer... Não dá no mesmo? 
Se no final tudo nos leva ao mesmo lugar, porque uma pessoa sã iria continuar a sofrer e fazer os outros sofrerem quando pode só sofrer sozinha... Qual o motivo de prolongar isso tudo se não egoísmo?
Se a solidão é a minha melhor amiga, é melhor assim.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Vida...

A vida vai requerer que você se encontre consigo mesma todas as madrugadas. Que revele seu perdão mais tardio para quem merece { afinal, já se passou tanto tempo, e a alma precisa se limpar} e que, encontrada no próprio perdão, comece a compreender-se humana também. Porque teve falhas de ambos os lados e o mundo não merece pessoas amargas pelo carregar de sentimentos pesados.
A vida.
Não seus pais, seus amigos, as pessoas pela qual você se apaixonou e que se apaixonaram por você.
É a vida,
quem vai querer que você volte e olhe pra trás. Que remende aquela parte do seu peito que se perdeu e há tempos você não acha. Que costure a própria pele e emane perdão, paz, solicitude e muito amor.
É a vida quem vai te implorar, assim:
"Mantenha conversas com si própria, conte a si o que tem havido, por que de tantas feridas adereçadas a pele" e assim por diante
A vida, quem vai te olhar nos olhos e exigir mudança.
Senão de espaço, de atitude. Porque você precisa se movimentar. Caminhar por outros espaços. Estender a pele e entender que ainda haverá cicatrizes a se formar, que a dor ainda sentará na mesma cama que você e que o amor não morre nunca.
Ele se apaga.
Mas amanhã nasce e brilha de novo.
É a vida quem diz assim: ACORDA, acorda é tempo de reaver-se consigo própria. 
É tempo de se descobrir apta a existir novamente.
Com outra pessoa, ou em si mesma...
Com outros caminhos, sonhos e planos.
Ou com os mesmos, agora reinventados. É a vida quem te soca a todo instante quem provoca um mal-subito que pede, incansavelmente pede: não desiste não.
Há muito o que se viver.
E você ainda nem me conhece direito...

terça-feira, 8 de agosto de 2017

...

Eu te mostrei quem eu sou.
Te mostrei minhas cicatrizes internas e externas.
Meus medos.
Minhas inseguranças, minha irracionalidade diante de algumas situações, meus maiores defeitos.
Tudo de ruim que eu possuo.
Fui muito além de simplesmente te fazer admirar as minhas qualidades.
Contei das minhas crises de ansiedade que me faziam tremer na cama e bater os dentes, subitamente suando frio. E das crises que aconteceram nos momentos mais importunos, nas horas que menos esperava. 
Eu fui sincera e te disse que sentia medo de te ver partir...
Porque eu quis que você me conhecesse, com tudo que tenho, afinal, não somos só luz.
Somos todos feitos de luz e sombra. 
Quando eu te contei todas essas coisas, você me disse que a impressão que dava é que eu tava acreditando que você seria capaz de curar todas as minhas falhas. 
E me disse pra me acalmar e não sentir medo.
Não, Amor, eu não quero que você cure nada. Só quero que entenda que eu sou essa confusão de ansiedade e insegurança, 
incontrolável.
Você é capaz de me amar assim mesmo?

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Eu por mim

Daí você se defronta com o desamparo de seu íntimo. 
Então você enxerga coisas que estava imune a enxergar... como o grande abismo imune a discurso e a conduta daquele outro... a falta de respeito com a sua individualidade, o fechamento circular e vicioso no próprio eu.
O abismo de seu âmago intimo se projeta na sua circunstância, o vazio se torna exponencial e por conseguinte a solidão. Paulatinamente, o inferno e reflexivo, projetivo é como uma série de espelhos justapostos um rente ao outro.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Epifanias

De repente você se enxerga mas não se vê, não consegue se determinar sem ter que ser algo suficiente para outrem. Não há identidade, não há conclusões, não há profundidade. Ai percebe também a perdição em pessoas e sentimentos que já não deveriam fazer sentido, em rotinas vazias e dificuldade em interagir.
Mas eu, na minha humilde condição humana, acredito que é do jeito que deveria ser.
Não há o que questionar depois que torna presente, não há o que se preparar nem confortar. Por mais que haja um ensaio para a vida, o agora não permite arrependimentos, não permite, não permite muitas escolhas quando nos deparamos com as condições todas a mostra mas só uma esta a venda. Mesmo sabendo das opções o presente suporta apenas uma conclusão, uma evolução, só permite um meio para cada final.
É tudo muito abstrato.
Você não escolhe apesar de a todo instante acreditar que são escolhas... não há escolhas quando não se determina o futuro!
Não há razões tão certas quando não se pode determinar os resultados.
Se eu faço e da merda serei condicionada ao fardo de ser culpada por não ter feito a escolha "certa", se não faço e da merda também serei condicionada a culpa da mesma maneira. 
Não há fuga dessa reflexão, a todo instante meu ser é moldado a partir das minhas incapacidades, daquilo que não sou capaz de controlar e, então, simplesmente não exploro por medo de ser essa expressão desconhecida de mim.

terça-feira, 27 de junho de 2017

...

Você me tem na palma das suas mãos abertas. Mas não parece querer fechá-las.
Me dando uma liberdade extrema que me recuso a aceitar.
Me deixa com raiva e me faz querer sair correndo e fugir pra um lugar seguro onde não exista ciúme.
E sonhar com uma realidade utópica onde o medo de errar não exista. Me faz ter medo do futuro que eu desconheço e ao mesmo tempo adorá-lo porque inclui a sua existência. E roer as unhas, sorrir no ônibus escutando músicas aleatórias enquanto lembro da sua ultima piada sem graça.
Me faz, enfim, dar um jeito de eternizar lembranças que eu teimo em tentar esquecer.
E quando pareço calada demais é porque não sei mais como te dizer, com palavras novas que eu quero ser seu conforto. 
E mesmo assim, eu sinto raiva por não poder te ter aqui mais perto e meu coração reclama pela minha insistência e prazer de me atirar nos abismos mais profundos que encontro em mim mesma.
Os dias vão passando e passando e passando e eu fui me perdendo, e me perdendo entre as lembranças e sentimentos e esse turbilhão de coisas que se passam na minha cabeça todos os dias. 
E confesso, nunca gostei tanto de estar perdida...
E, honestamente, espero nunca mais ser encontrada.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Cacto

Quero ser cacto. Não quero estar no centro do jardim. Não quero elogios que rodopiam e saltam facilmente de qualquer boca. Não quero atenção diária. Assumo minha paixão em querer ficar em algum cantinho, por dias sozinho, sem a lembrança de ninguém pousando sobre mim. E quando esse ninguém se torna alguém, que seja então quem saiba compreender o por quê dos espinhos. Já passei dias demais sem água em minha raiz para que eu queira ser alguma coisa além do que isso. Vou é ser cacto na vida.