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terça-feira, 30 de novembro de 2010

O racismo e Monteiro Lobato


Já havia ouvido rumores a esse respeito, e quem lê Monteiro Lobato desde sempre está acostumado com forma caricata como descreve seus personagens. Pois bem, após tantos anos como alicerce para crianças que tem por base os livros do Sítio do Pica Pau Amarelo como incentivo para iniciar a leitura, o MEC resolveu banir os livros do escritor das escolas públicas. Antes o que era basicamente leitura obrigatória para todos em sua fase de crescimento, hoje é proibido. Não há razão alguma para o MEC querer impor censura aos livros de Lobato somente por descrições que faz de alguns personagens, como por exemplo tia Nastácia, a quem chamava de "negra beiçuda". A forma por vezes caricatural que usava para descrever seus personagens faz parte de sua escrita e do jeito que lhe é próprio. Infelizmente, o nosso ministério da educação pouco se importa com coisas que realmente são importantes, tomando decisões por vezes absurdas, como quando resolveram acabar com o problema da repetencia, não dando melhor ensino aos estudantes, mas sim implantando o sistema de aprovação automática. O mesmo fazem agora com os livros de Lobato, um oásis em meio ao deserto, pois é uma das poucas coisas boas que persistem nas escolas públicas e constavam na cartilha dos estudantes. Se fosse assim, diversos escritores deveriam ser proibidos por determinado termo usado de forma exemplificativa ou caricatural. O que dizer então do Samba do Crioulo Doido, de Sérgio Porto? A obra de Lobato é um marco na literatura brasileira e na formação de nossas crainças. A elite letrada precisa entender o contexto em que está encaixada a obra do escritor antes de taxá-la de racista. É preciso avaliar o momento histórico e fazer disso algo a mais para acrescentar aos estudos dos jovens, e não banir algo que faz parte da formação educacional. Há diversos casos em que escritores foram proibidos e tidos como rascistas, como Mark Twain, em seu Huckleberry Finn e Shakespeare, em O Mercador de Veneza, quando foi acusado de antissemitismo. Espero que as manifestações populares vença sobre a estupidez letrada, como já ocorreu diversas outras vezes, e que todos tomem consciência de que a época em que os livros eram queimados em fogueiras ou guardados a sete chaves em bibliotecas secretas já passou faz muito tempo.

Atemporalidades cotidianas...


Andei pensando hoje, na minha habitual monotonia de terça-feira pela manhã onde não tenho nada para fazer na schin, qual a seria minha hora perfeita? Aquela hora, de um tempo no passado longínquo ou no passado distante, no presente de ontem ou de umas poucas horas atrás. São poucos os momentos da vida que ficam exatamente registrados em nossas memórias. Esses poucos momentos ou são perfeitamente eternos ou ficam tragicamente gravados.
Como fiquei pensando nas horas perfeitas, e somente nelas, descartei qualquer hora que me fosse desagradável e que dela tivesse recordações. Então me vieram à mente algumas horas, muito distantes ou ligeiramente próximas, horas que gostaria de poder reviver sempre, quando eu bem quisesse. Me veio à mente o mormaço quente de uma tarde de sábado, enquanto minha mãe e eu enrolavamos docinhos pro meu aniversário de uns 4 ou 5 anos, eu enrolava 2 desenrolava e comia, depois enchia um balão e comia mais 3 docinhos, minha mãe brigava mais no dia do seu aniversário você pode tudo entao eu nem ligava.
Me veio à mente as tardes inteiras passadas à beira da janela da casa do Glauber meu amigo, enquanto nos divertíamos brincando com as pessoas que passavam cabisbaixas em frente o polivalente, já cansadas de andar por essa vida que para nós era nova como nossa idade de doze anos. As tardes passadas no sítio do vovô Geraldo, subindo em àrvores e brincando com o Willy de borracha que eu tinha ganhado no natal, comendo churrasco a tarde toda e chegando exausta em casa.
Lembrei-me também dos intervalos das aulas, onde encontrava todas as minhas amigas e colocávamos a conversa em dia, nos divertíamos ao redor da mesma mesa todos os dias. Não dava muito valor à isso antes, por ser muito habitual. Mas com os anos perdeu-se essa habitualidade e cada uma seguiu seu caminho. Reunir todas as minhas amigas ao redor da mesma mesa é algo raríssimo de acontecer. Sempre está faltando uma.
Me veio à mente o dia em que ganhei a Drica, o dia que ganhei o Slash, o dia que o Slash sumiu e eu sai feito doida atrás dele.
Me veio à mente os jantares de natal em família, o reencontro com pessoas queridas há muito não vistas, momentos simples que marcaram muito. Mas o que dentre todos esses me veio primeiro à mente foi o meu primeiro beijo, acho que pra todas as meninas é o que mais marca.
Ando pensando nessas horas como forma de poder revivê-las, quem sabe assim consigo alegrar um pouco meus dias. Será que sou eu ou todos os dias estão ficando cada vez mais parecidos e carentes de sentido? Enfim...Se você cavasse fundo na memória, qual seria a sua hora perfeita?

sábado, 20 de novembro de 2010

Primavera se foi..


Primavera se foi, e junto com o vento as suas folhas arrastou. A magia da rosa desbotou e o brilho do sol se ofuscou com a chegada da noite. O céu um azul... quase anil, quase celestial... nasceu! Como estradas que acabam no final, como rua sem saída e como uma gota de orvalho que secou... assim tudo acabou! Não houve uma tempestade, nem mesmo uma maré brava... tudo silenciou! Assim foi... quando você me deixou! Pensei! Vou morrer... e eu não morri! Quem sabe a morte não seria tão forte quanto a dor? Mais a morte não veio e apenas um sonho ficou entre lembranças de um passado de entrega e amor... Vivendo.. busquei cicatrizar essa marca... entre lágrimas e no escuro do meu quarto tento reconstruir o mundo que havia vivido todos com você! Lembro... lembro e tento te deixar lá no passado. Deixei que fosse... minhas mãos cansadas te soltaram! Meu corpo, minha mente... tudo perdeu o sentido. Minha alegria, perdida ficou... Sem forças e sem algum apoio.. Esqueci.. esqueci a minha propria existência.... Esqueci de outras pessoas que fizeram parte da minha vida! Tento procurar algum sol que me aqueça e tire esse frio de dentro de mim, só que toda vez que penso só vejo um sol... E no escuro de novo... aguardo qualquer luz que viria... e como eu queria... que essa claridade fosse a sua... E foi assim... que você passou, e a tua chama nunca mais queimou. Cabe a você acender. E espero que seja o mais depressa possivel...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

chovia,


Lá fora a chuva cai desde o início da noite. Fria, sozinha, silenciosa.
Aqui dentro, tudo o que não existe é o silêncio. A tv transmite coisas banais. No computador, 1979 toca baixinho de forma que chegue simplesmte ao coração - este que há tempos não está (como todo o resto) em silêncio.
Ele pulsa, por vezes forte até demais - aquece todo o corpo e contorce a barriga. Ele tenta, incansávelmente respostas para algumas coisas. Por vezes, sofre. Por vezes, canta sorridente e esperançoso.
Mas na maioria das vezes questiona.
Como eu, tornou-se uma interrogação.
Quem me roubou de mim?
Assim, aguarda, silencioso como a chuva, por explicações. Por soluções, por amparo, encontro.
Encontrar-se.
Em seu lugar, em seu destino, em seu pertencimento.

Apenas o fim.


- Isso é só o fim. O que importa já foi feito.
- E agora? Agora é o resto das nossas vidas.


ps: Espero que seja ao seu lado, meu amor! s2

domingo, 7 de novembro de 2010

Quando nada mais faz sentido


Às vezes perdemos o pique, desanimamos ao ponto de parar para pensar se tudo que estamos fazendo vale à pena. Normalmente este tipo de pensamento vem à tona quando alguma coisa nos acontece. Alguma coisa não muito boa, óbvio. É aquele dia em que você só tem vontade de dormir o dia todo, não quer ver ninguém, falar então nem pensar. Acha que nunca mais vai ter vontade de escrever e que toda a sua essência mais bonita se perdeu no meio deste abismo sem volta. Amigos tentam te por pra cima, família tenta te por pra cima, mas você não consegue sair do lugar. Você grita por um acontecimento repentino bom, daqueles que te fazem acordar completamente quando está caindo de sono ou ficar sã na hora quando se está meio bêbado, mas nada acontece. Fica tentando entender o inexplicável, tentando achar respostas para afirmativas que jamais serão perguntas e clamando que tudo perdeu o sentido. E de fato perdeu, perdeu sim, perdeu o encanto. À partir daí se tem dois caminhos: O morrer em depressão achando que seu mundo acabou ou o de reconstruir sua vida, à seu modo, do seu jeito, da melhor forma contado com a força do destino que há de fazer com que depois de cada tempestade surja um sol. Eu fico com a segunda opção, e você?