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sexta-feira, 24 de março de 2017

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Eu não queria sentir a saudade que sinto.
Nem ter medo da frequência em que ela me visita antes de deitar: Será que é tão difícil tornar o beijo contínuo e a saudade passageira? Será que entre o hiato do amor e da saudade não há como existir somente a alegria do vivido?
Mesmo andando de mãos dadas com a euforia de viver, algumas vezes, diante de certos sentimentos, me faltam palavras. Me faltam, pois tenho medo dos grandes sentimentos. 
Medo de senti-los, me acostumar com eles, e como o sol se cansa de iluminar a todos no fim do dia, ele se pôr. 
A verdade é que eu estou preparada pra amar, mas não para sentir saudade. Para beijar, mas não para deixar de ser beijado. Para ver as nuvens, mas não deixa-las me tirar a visão das estrelas.
Busco algumas sensações do passado, as encaixo na realidade atual e, como se fosse possível e saudável, crio cenários de viver isso novamente. 
É, definitivamente eu não sei sentir saudade.
Sendo há um bom tempo turista dos amores alheios, faço caridade, guardo meus sentimentos no olhar e aceno com os lábios, como quem diz que aonde quer que a gente vá, que levemos o nosso coração. E eu sempre levo, pois, a gente só abre o coração dos outros quando abrimos os nossos.
Sim, os nossos.
Então, mesmo com a saudade diária e que insiste em ser vizinha, se eu pudesse, continuaria tendo dois corações. Um para amar e o outro também.

terça-feira, 14 de março de 2017

Ponto de vista

Muitas e muitas vezes eu sofri a dor da rejeição antes de ser rejeitada.
Eu projetava isso toda vez que alguém se afastava um pouquinho porque sempre achava que a distância era sobre eu ser ou sobre eu ter feito algo errado (mesmo que não me lembrasse de ter feito nada).
Mas tenho aprendido, e quero dividir isso, que a gente não precisa ter medo de ser rejeitada pelo que somos.
Sabe, a gente tem que chegar e se mostrar...
"Toma isso aqui sou eu e é o que eu tenho pra te oferecer"
Se a pessoa gostar, ótimo. 
Se não, vida que segue.
Você não tem que mudar pra caber em alguém ( e aqui eu não tô dizendo relações onde a pessoa tenta te manipular. Tô falando de quando nós mesmos fazemos isso pra tentar fazer alguém ficar ou se encaixar).
Você tem um monte de outras relações... e nelas existem pessoas que admiram a beleza singular que existe em você.
Porque existe beleza em cada um de nós.
Não vai ser todo mundo que vai saber admirá-la (porque a beleza é sim relativa e vou exemplificar aqui: eu gosto mais de amarelo e flores amarelas me encantam enquanto outra pessoa gosta de flores brancas. A flor amarela não é menos bonita, nem a branca. São só preferências.)
E tudo bem.. A beleza ainda vai existir quando alguém não preferi-la.
Não é sobre ser boa o bastante...
Como eu disse, 
são só preferências.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Tem pessoas que nos transformam em sobreviventes.


  • Eu sobrevivi após você.
    Assim como na música de destiny’s child “survivor”, assim como Cássia Eller cantou que era fera e bicho, eu sobrevivi a você mesmo quando suas garras pareciam maiores que as minhas, mesmo quando você me dizia que era impossível que, um animal tão “domesticado” como eu, soubesse voltar para casa sozinha. Eu sobrevivi a você quando tudo virou selva e você fazia de mim a sua caça, a sua presa, o seu troféu pregado na parede de casa enquanto os amigos bebiam e jogavam poker, o seu brinquedo trincado nos dentes cobertos de sangue vermelho-quente que era para provar que você venceu. Eu sobrevivi aos períodos de guerra profunda, quando as palavras atingem o peito feito punhais. Quando até o silêncio incomoda porque ele parece omissão.  Eu sobrevivi aos comentários machistas daqueles que pertencem a sua espécie. E todas as mulheres que me diziam que aquele era o meu dever. Eu sobrevivi aos encantamentos de remissão, quando você saía um pouco do pedestal para me olhar de perto e fingir amor. Eu sobrevivi ao seu ego impositor que me encolhia para dentro de mim até que eu me esquecesse de vez e fosse só você. Eu sobrevivi a você.

  •  E o depois de você. 

  • Hoje é essa conquista que mantenho pregada no meu mural em casa para todos verem.