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sexta-feira, 24 de março de 2017

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Eu não queria sentir a saudade que sinto.
Nem ter medo da frequência em que ela me visita antes de deitar: Será que é tão difícil tornar o beijo contínuo e a saudade passageira? Será que entre o hiato do amor e da saudade não há como existir somente a alegria do vivido?
Mesmo andando de mãos dadas com a euforia de viver, algumas vezes, diante de certos sentimentos, me faltam palavras. Me faltam, pois tenho medo dos grandes sentimentos. 
Medo de senti-los, me acostumar com eles, e como o sol se cansa de iluminar a todos no fim do dia, ele se pôr. 
A verdade é que eu estou preparada pra amar, mas não para sentir saudade. Para beijar, mas não para deixar de ser beijado. Para ver as nuvens, mas não deixa-las me tirar a visão das estrelas.
Busco algumas sensações do passado, as encaixo na realidade atual e, como se fosse possível e saudável, crio cenários de viver isso novamente. 
É, definitivamente eu não sei sentir saudade.
Sendo há um bom tempo turista dos amores alheios, faço caridade, guardo meus sentimentos no olhar e aceno com os lábios, como quem diz que aonde quer que a gente vá, que levemos o nosso coração. E eu sempre levo, pois, a gente só abre o coração dos outros quando abrimos os nossos.
Sim, os nossos.
Então, mesmo com a saudade diária e que insiste em ser vizinha, se eu pudesse, continuaria tendo dois corações. Um para amar e o outro também.

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