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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Começo do fim

Se meu nome estivesse escrito num caderno como esse, qual seria o fim de tudo? 
A sorte é que na vida e em plena consciência podemos escolher.
Não dormir.
Dormir por quatro dias com o remédio que me tira os sentimentos.
Ou dormir pra sempre...
Se fossem suas escolhas qual seria?
Sentir, não sentir momentaneamente ou nunca mais sentir?
Não resta dúvida não é, se cada coisa que passarmos em nossas vidas fossem acumuladas em caixas d'agua gigantes a minha já teria transbordado há alguns anos atrás e mesmo assim persisto. Resultado de insanidade? Talvez, quem em tanto tempo de vida iria querer viver em um corpo cheio de marcas de um passado que nunca passou?
Não venho por meio deste explicitar minha vida. Mas sim mas uma vez enaltecer o quão forte eu sou por aguentar mais um dia... 
Um dia, depois outro e outro e até quando?
Qual o preço do sacrifício...
Vida eterna?
Ou limbo eterno... Não são ambas as mesmas coisas? Ou sofre em vida, ou sofre até o dia que ia morrer... Não dá no mesmo? 
Se no final tudo nos leva ao mesmo lugar, porque uma pessoa sã iria continuar a sofrer e fazer os outros sofrerem quando pode só sofrer sozinha... Qual o motivo de prolongar isso tudo se não egoísmo?
Se a solidão é a minha melhor amiga, é melhor assim.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Vida...

A vida vai requerer que você se encontre consigo mesma todas as madrugadas. Que revele seu perdão mais tardio para quem merece { afinal, já se passou tanto tempo, e a alma precisa se limpar} e que, encontrada no próprio perdão, comece a compreender-se humana também. Porque teve falhas de ambos os lados e o mundo não merece pessoas amargas pelo carregar de sentimentos pesados.
A vida.
Não seus pais, seus amigos, as pessoas pela qual você se apaixonou e que se apaixonaram por você.
É a vida,
quem vai querer que você volte e olhe pra trás. Que remende aquela parte do seu peito que se perdeu e há tempos você não acha. Que costure a própria pele e emane perdão, paz, solicitude e muito amor.
É a vida quem vai te implorar, assim:
"Mantenha conversas com si própria, conte a si o que tem havido, por que de tantas feridas adereçadas a pele" e assim por diante
A vida, quem vai te olhar nos olhos e exigir mudança.
Senão de espaço, de atitude. Porque você precisa se movimentar. Caminhar por outros espaços. Estender a pele e entender que ainda haverá cicatrizes a se formar, que a dor ainda sentará na mesma cama que você e que o amor não morre nunca.
Ele se apaga.
Mas amanhã nasce e brilha de novo.
É a vida quem diz assim: ACORDA, acorda é tempo de reaver-se consigo própria. 
É tempo de se descobrir apta a existir novamente.
Com outra pessoa, ou em si mesma...
Com outros caminhos, sonhos e planos.
Ou com os mesmos, agora reinventados. É a vida quem te soca a todo instante quem provoca um mal-subito que pede, incansavelmente pede: não desiste não.
Há muito o que se viver.
E você ainda nem me conhece direito...

terça-feira, 8 de agosto de 2017

...

Eu te mostrei quem eu sou.
Te mostrei minhas cicatrizes internas e externas.
Meus medos.
Minhas inseguranças, minha irracionalidade diante de algumas situações, meus maiores defeitos.
Tudo de ruim que eu possuo.
Fui muito além de simplesmente te fazer admirar as minhas qualidades.
Contei das minhas crises de ansiedade que me faziam tremer na cama e bater os dentes, subitamente suando frio. E das crises que aconteceram nos momentos mais importunos, nas horas que menos esperava. 
Eu fui sincera e te disse que sentia medo de te ver partir...
Porque eu quis que você me conhecesse, com tudo que tenho, afinal, não somos só luz.
Somos todos feitos de luz e sombra. 
Quando eu te contei todas essas coisas, você me disse que a impressão que dava é que eu tava acreditando que você seria capaz de curar todas as minhas falhas. 
E me disse pra me acalmar e não sentir medo.
Não, Amor, eu não quero que você cure nada. Só quero que entenda que eu sou essa confusão de ansiedade e insegurança, 
incontrolável.
Você é capaz de me amar assim mesmo?

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Eu por mim

Daí você se defronta com o desamparo de seu íntimo. 
Então você enxerga coisas que estava imune a enxergar... como o grande abismo imune a discurso e a conduta daquele outro... a falta de respeito com a sua individualidade, o fechamento circular e vicioso no próprio eu.
O abismo de seu âmago intimo se projeta na sua circunstância, o vazio se torna exponencial e por conseguinte a solidão. Paulatinamente, o inferno e reflexivo, projetivo é como uma série de espelhos justapostos um rente ao outro.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Epifanias

De repente você se enxerga mas não se vê, não consegue se determinar sem ter que ser algo suficiente para outrem. Não há identidade, não há conclusões, não há profundidade. Ai percebe também a perdição em pessoas e sentimentos que já não deveriam fazer sentido, em rotinas vazias e dificuldade em interagir.
Mas eu, na minha humilde condição humana, acredito que é do jeito que deveria ser.
Não há o que questionar depois que torna presente, não há o que se preparar nem confortar. Por mais que haja um ensaio para a vida, o agora não permite arrependimentos, não permite, não permite muitas escolhas quando nos deparamos com as condições todas a mostra mas só uma esta a venda. Mesmo sabendo das opções o presente suporta apenas uma conclusão, uma evolução, só permite um meio para cada final.
É tudo muito abstrato.
Você não escolhe apesar de a todo instante acreditar que são escolhas... não há escolhas quando não se determina o futuro!
Não há razões tão certas quando não se pode determinar os resultados.
Se eu faço e da merda serei condicionada ao fardo de ser culpada por não ter feito a escolha "certa", se não faço e da merda também serei condicionada a culpa da mesma maneira. 
Não há fuga dessa reflexão, a todo instante meu ser é moldado a partir das minhas incapacidades, daquilo que não sou capaz de controlar e, então, simplesmente não exploro por medo de ser essa expressão desconhecida de mim.

terça-feira, 27 de junho de 2017

...

Você me tem na palma das suas mãos abertas. Mas não parece querer fechá-las.
Me dando uma liberdade extrema que me recuso a aceitar.
Me deixa com raiva e me faz querer sair correndo e fugir pra um lugar seguro onde não exista ciúme.
E sonhar com uma realidade utópica onde o medo de errar não exista. Me faz ter medo do futuro que eu desconheço e ao mesmo tempo adorá-lo porque inclui a sua existência. E roer as unhas, sorrir no ônibus escutando músicas aleatórias enquanto lembro da sua ultima piada sem graça.
Me faz, enfim, dar um jeito de eternizar lembranças que eu teimo em tentar esquecer.
E quando pareço calada demais é porque não sei mais como te dizer, com palavras novas que eu quero ser seu conforto. 
E mesmo assim, eu sinto raiva por não poder te ter aqui mais perto e meu coração reclama pela minha insistência e prazer de me atirar nos abismos mais profundos que encontro em mim mesma.
Os dias vão passando e passando e passando e eu fui me perdendo, e me perdendo entre as lembranças e sentimentos e esse turbilhão de coisas que se passam na minha cabeça todos os dias. 
E confesso, nunca gostei tanto de estar perdida...
E, honestamente, espero nunca mais ser encontrada.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Cacto

Quero ser cacto. Não quero estar no centro do jardim. Não quero elogios que rodopiam e saltam facilmente de qualquer boca. Não quero atenção diária. Assumo minha paixão em querer ficar em algum cantinho, por dias sozinho, sem a lembrança de ninguém pousando sobre mim. E quando esse ninguém se torna alguém, que seja então quem saiba compreender o por quê dos espinhos. Já passei dias demais sem água em minha raiz para que eu queira ser alguma coisa além do que isso. Vou é ser cacto na vida.


terça-feira, 23 de maio de 2017

Mais do mesmo...

Parafraseando Jout Jout no vídeo " Não tira o batom vermelho", digo que esse texto pode valer para amizades, familiares, colegas de trabalho e faculdade, relações amorosas entre pessoas do mesmo gênero, enfim, relacionamentos interpessoais. No entanto, por questões foco, a pauta aqui serão as minhas experiências  em relacionamentos com homens, ok?

Te horas que eu tento me manter firme e forte, focada em mim mesma, nas minhas rotinas e meus projetos, no meu processo de expansão de consciência, em ajudar ao próximo, enfim, em aprender a viver a vida de uma forma mais justa e coerente com o que eu tenho entendido que são valores importantes para mim. "Cuidando do meu jardim" como diz a sabedoria popular.
No entanto, não vou mentir, não sou de ferro. As mazelas da minha carência afetiva - e influência do meu sol em escorpião - vira e mexe batem à porta e começo a sentir falta de carinho, de dar um beijo gostoso, de ter uma transa fluída. Ao mesmo tempo, a dedicação que tenho investido em mim mesma e na minha saúde mental já me traz alguns frutos da autorreflexão.
Dia desses parei para prestar atenção numa relação casual que mantinha com um brother aí há algum tempo atrás e um aspecto dela me chamou atenção: toda vez que ele me encontrava, era nítido que ele sentia tesão por mim. Mas eu não. Diante disso, quis cortar a relação mas nunca soube direito qual explicação dar, pois, afinal, nunca tivemos nada sério e sempre foi tudo muito tranquilo entre nós. Nisso, recorri ao clássico método da ausência voluntária e dei uma sumida.
Mas ainda não estava satisfeita. Senti que essa atitude era bastante imatura e não condizia com quem eu queria ser ou estou tentando caminhar para ser. Resolvi, então, ser mais observadora dessa relação e um dia, quando nos encontramos novamente para que ele me entregasse alguma coisa que eu supostamente tinha esquecido, tive uma luz do que havia ocorrido.
Entendi que sempre houve algo estranho, mas nunca soube direito explicar o que era. Percebi que nossas conversas eram desbalanceadas. Notei que eu o instigava muito mais a falar de si do que ele a mim. Curiosa que sempre fui, pareço uma Marília Gabriela diante do outro. Pergunto, questiono, quero saber. Mas, ao mesmo tempo, entendi também que em minha vida poucas pessoas passaram por mim com a mesma postura.
A partir desse entendimento pontual, coloquei lente de aumento em outras relações e percebi uma espécie de padrão nos meus relacionamentos. Na maioria das vezes, saí desgastada e descrente do outro e me colocando num papel de vítima, culpabilizando o outro pela minha dor - postura essa que também trabalho para amenizar nessa minha vida atual vida como mulher. Essa percepção me fez entender uma faceta minha, que é a da vontade de intimidade.
Essa curiosidade pelo outro se transforma em desgaste de energia quando você não recebe essa mesma curiosidade de volta. Não digo que seja obrigação do outro de tê-la, mas perceber isso em mim jogou luz sobre diversas sombras que habitavam minhas relações. Entendi que não adianta de nada o outro estar interessado em mim, mas sequer perguntar como estou me sentindo, como foi o meu dia ou qual minha cor preferida. Ou perguntar só por perguntar, apenas para preencher um protocolo ritualístico para alcançar um objetivo maior. O meu tesão não habita a superficialidade. Não mais, não perto dos 30.
Compartilhei essa reflexão com um grupo de pessoas, e vi que muitas dessas pessoas se identificaram. Algumas, inclusive, enriqueceram essa reflexão dizendo que investir energia em quem não investe energia de volta gera um sentimento de rejeição muito ruim ou que não aguentam o Tinder por também desgostarem dessa dinâmica onde os homens falam de si e não perguntam quase nada sobre a mulher.
"Você gosta de mim por eu ser eu ou por eu ser uma mulher?" compartilhou outra, frase que encontrou anotada num caderno antigo.
Ampliando mais ainda o campo de visão dessa suposta lente de aumento, lembrei de um livro que li há pouco tempo, chamado "Porque até a morte terei fome" da escritora Patrícia Colmenero, cuja narrativa conta a história de uma mulher que terminou um relacionamento e sua trajetória emocional de superação desse episódio. 
Entre várias reflexões que esse livro me proporcionou, uma das mais marcantes foi a descrição do ex. Túlio era advogado e burocrata, ferozmente dedicado ao seu trabalho e pouco perceptivo da namorada, Patrícia, que trabalhava junto com ele num escritório.
Ela bem que tentou vestir a fantasia de burocrata, mas como era muito pequena, logo sentiu na pele os incômodos da roupa apertada. Seu sonho era ser escritora, mas se via presa na Matrix. A ruptura do relacionamento serviu para que pudesse refletir sobre as várias vendas que estavam atadas em seus olhos. Um dos trechos que mais me marcou nessa história foi o seguinte:

"Estou em casa escrevendo. Escrita-mecanismo-de-protesto e escrita-válvula-de-escape. Bifurco minhas emoções nesses dois tubos de palavras.
Toca o telefone. É ele.
- Oi, querido...
- Amor, terminei mais cedo aqui. Vamos ao cinema?
- Ixi, não posso! Estou com muito trabalho aqui...
- Como assim, trabalho? Que trabalho?
- Meu livro...
- Ah...
O silêncio fala mais que nós dois.
- Você não acha que nós poderíamos aproveitar essa noite de folga - rara - indo ao cinema?
Tenho vontade de lhe dizer que todas as minhas noites são de trabalho. São noites em que eu só faço o que ele quer. Se hoje fosse noite de folga eu escreveria. Mas não digo nada disso.
- Eu não sei...
- Vamos! Nós precisamos relaxar. Nós merecemos.
Queria que o entusiasmo dele fosse readaptado. Queria que a minha escrita pudesse provocar tais sentimentos nele para eu não ter de me sentir tão culpada por não aproveitar esse - raro - momento de animação de Túlio. (...) Mas não consigo dizer nada disso. "

Encontrei aqui a base estruturante da minha inquietação inicial que é a da mulher na posição de submissa e de servente maternal ao homem, uma das posições mais clássicas estipuladas pelo patriarcado.Essa pedra no sapato não é só minha, mas de muitas de nós. É ferida aberta do nosso feminino ancestral.
Fico feliz por ter tido esse entendimento, pois agora sinto que ganhei um pouco mais de liberdade na Matrix. Gostar de intimidade exige que eu busque por pessoas que também gostem dela e de maneira profunda, porque é assim que sou - ou estou.
Ainda tenho aprendido a lidar com as minhas carências, pois não é algo simples. Me disseram que talvez eu tenha internalizada a crença de que preciso ter alguém para me sentir plena. É bem provável que isso esteja em mim, afinal, são muitas coisas que habitam o inconsciente feminino coletivo e individual. Tenho trabalhado na expansão da minha consciência para ter mais liberdade e paz em ser uma mulher nesse mundo doido.
Cuidemo-nos!

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Coração de Elástico

Fique.
Talvez esse seja o pedido mais verdadeiro que eu possa te fazer hoje. Eu estou em um momento na minha vida, onde estou tentando compreender algumas questões emocionais. Eu já estive em ruínas, com o coração tão despedaçado que era difícil até de respirar, mas agora eu parei para olhar para dentro de mim. Estou tentando transbordar um pouco do que eu sou, para você ter o que amar, se caso fique.
Fique, se puder.
Estou com um naufrágio no peito, sem saber se isso é justo para alguém além de mim mesmo. Eu quero que você fique, pois isso me fará bem, apesar de eu não saber se eu te farei bem. (Sim, eu sei o quão egoísta e patético isso é). Eu estou procurando no fundo dos meus próprios motivos, esperando encontrar uma justificativa plausível para a sua permanência, que não seja preencher minha inexistência.
Fiqu,e, se amar.
Eu estou me sentindo tão desconfortável em quem eu sou, sem saber se meu amor existe e se ele ainda é o bastante... Não somente para você, mas para mim também. Acredite, eu já estive bem quebrada. Hoje eu estou engatinhando nisso de amar.
Fique, se quiser.
Fique, se não houver outro lugar em que você queira estar. Fique, mas sabendo que eu estou condenada a catar todos os dias meus antigos pedaços, em busca de me reconstruir.
Eu não vou te odiar por não ficar. Mas eu seria uma hipócrita se eu não te pedisse isso. Por isso, fique se puder.


Escrito por: Emanuel Hallef, adaptado por mim.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Segue

Haverá um dia que alguém que você jamais pensou em te deixar, seguirá tão oposto quanto mercúrio de plutão.
Haverá um dia que alguém que você jamais pensou que ficaria, segurará a maçaneta da porta com a mão ocupada e o coração também.
Você estará lá...
Haverá um dia que alguém que você jamais esqueceu, se perderá na sua cabeça como outrora nos seus braços nossa pele não suporta nem os nossos ossos...
Haverá um dia também que alguém que você também jamais esqueceu voltará como um raio de sol que se deita no mesmo lugar
Certas coisas nos pertencem
Certas coisas também não cabem mais na nossa vida
Roupas que apertam nosso corpo.. Sapatos que doeram nossos pés, algumas pessoas que nos limitam

E você precisa viajar
O mundo passa pela sua janela tão rápido como um borrão
Se você piscar, talvez não consiga enxergar aquela boca enquanto diz que te ama, enquanto diz que sente saudade, enquanto diz que ADEUS
e acaba
acabam, amores ou pessoas
Aproveite enquanto pode capturar a ruga, a cicatriz, mania ou o troco de alguém
Por mais que a gente queira, queira muito, às vezes não da pra ficar
E tudo bem...Tudo bem!
Você não precisa permanecer no passado pra entender que é capaz de guardar uma lembrança 

Pode seguir

Se permita ser agora ou amanhã quando o ontem já é tão imodificável quanto uma palavra que escapuliu da garganta, do peito, da alma...

Não se cobre tanto assim

Pode seguir

Nos somos como mariposas que querem sempre encontrar a luz de uma lâmpada, mesmo que isso as mate depois.

Voe pra longe, fique bem, são e salvo.

domingo, 9 de abril de 2017

Por que?

Eu sou um deposito de inseguranças onde você deposita seus medos sabendo que minhas certezas abraçarão suas dúvidas como se soubessem o que fazer...
Você me abraça e me beija e eu me entrego. Dizendo pra mim mesma que é só um jeito que você tem de permanecer aqui... mesmo que, em partes, esteja me destruindo.
Eu cansei de me perguntar porque ainda volto e te deixo entrar em mim como se nunca tivesse saído.
Eu não escondo nada...
mas você.
Por que você volta?
Por que eu ainda sou a pessoa que você mostra as feridas..
Com quem você se permite ser fraco.
Por que comigo e em mim?
Por que você me quer por perto, mas não juntos?
Eu me questiono o tempo todo como algo tão parecido com paixão consegue não ser e consegue permanecer não sendo.
Acho que você jogou terra em todas as fogueiras que eu tentei ascender no seu peito.
Por que tanto medo de deixar de ser alguma coisa não faz você ficar?
Acontece que eu nunca deixei de sentir... Você foi embora e ainda tá aqui dentro.
Mas você, porque você volta?

sexta-feira, 24 de março de 2017

...

Eu não queria sentir a saudade que sinto.
Nem ter medo da frequência em que ela me visita antes de deitar: Será que é tão difícil tornar o beijo contínuo e a saudade passageira? Será que entre o hiato do amor e da saudade não há como existir somente a alegria do vivido?
Mesmo andando de mãos dadas com a euforia de viver, algumas vezes, diante de certos sentimentos, me faltam palavras. Me faltam, pois tenho medo dos grandes sentimentos. 
Medo de senti-los, me acostumar com eles, e como o sol se cansa de iluminar a todos no fim do dia, ele se pôr. 
A verdade é que eu estou preparada pra amar, mas não para sentir saudade. Para beijar, mas não para deixar de ser beijado. Para ver as nuvens, mas não deixa-las me tirar a visão das estrelas.
Busco algumas sensações do passado, as encaixo na realidade atual e, como se fosse possível e saudável, crio cenários de viver isso novamente. 
É, definitivamente eu não sei sentir saudade.
Sendo há um bom tempo turista dos amores alheios, faço caridade, guardo meus sentimentos no olhar e aceno com os lábios, como quem diz que aonde quer que a gente vá, que levemos o nosso coração. E eu sempre levo, pois, a gente só abre o coração dos outros quando abrimos os nossos.
Sim, os nossos.
Então, mesmo com a saudade diária e que insiste em ser vizinha, se eu pudesse, continuaria tendo dois corações. Um para amar e o outro também.

terça-feira, 14 de março de 2017

Ponto de vista

Muitas e muitas vezes eu sofri a dor da rejeição antes de ser rejeitada.
Eu projetava isso toda vez que alguém se afastava um pouquinho porque sempre achava que a distância era sobre eu ser ou sobre eu ter feito algo errado (mesmo que não me lembrasse de ter feito nada).
Mas tenho aprendido, e quero dividir isso, que a gente não precisa ter medo de ser rejeitada pelo que somos.
Sabe, a gente tem que chegar e se mostrar...
"Toma isso aqui sou eu e é o que eu tenho pra te oferecer"
Se a pessoa gostar, ótimo. 
Se não, vida que segue.
Você não tem que mudar pra caber em alguém ( e aqui eu não tô dizendo relações onde a pessoa tenta te manipular. Tô falando de quando nós mesmos fazemos isso pra tentar fazer alguém ficar ou se encaixar).
Você tem um monte de outras relações... e nelas existem pessoas que admiram a beleza singular que existe em você.
Porque existe beleza em cada um de nós.
Não vai ser todo mundo que vai saber admirá-la (porque a beleza é sim relativa e vou exemplificar aqui: eu gosto mais de amarelo e flores amarelas me encantam enquanto outra pessoa gosta de flores brancas. A flor amarela não é menos bonita, nem a branca. São só preferências.)
E tudo bem.. A beleza ainda vai existir quando alguém não preferi-la.
Não é sobre ser boa o bastante...
Como eu disse, 
são só preferências.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Tem pessoas que nos transformam em sobreviventes.


  • Eu sobrevivi após você.
    Assim como na música de destiny’s child “survivor”, assim como Cássia Eller cantou que era fera e bicho, eu sobrevivi a você mesmo quando suas garras pareciam maiores que as minhas, mesmo quando você me dizia que era impossível que, um animal tão “domesticado” como eu, soubesse voltar para casa sozinha. Eu sobrevivi a você quando tudo virou selva e você fazia de mim a sua caça, a sua presa, o seu troféu pregado na parede de casa enquanto os amigos bebiam e jogavam poker, o seu brinquedo trincado nos dentes cobertos de sangue vermelho-quente que era para provar que você venceu. Eu sobrevivi aos períodos de guerra profunda, quando as palavras atingem o peito feito punhais. Quando até o silêncio incomoda porque ele parece omissão.  Eu sobrevivi aos comentários machistas daqueles que pertencem a sua espécie. E todas as mulheres que me diziam que aquele era o meu dever. Eu sobrevivi aos encantamentos de remissão, quando você saía um pouco do pedestal para me olhar de perto e fingir amor. Eu sobrevivi ao seu ego impositor que me encolhia para dentro de mim até que eu me esquecesse de vez e fosse só você. Eu sobrevivi a você.

  •  E o depois de você. 

  • Hoje é essa conquista que mantenho pregada no meu mural em casa para todos verem.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Amor de cachorro

Depois de 20 e tantos anos de vivência e uns muitos anos de interações com seres humanos em relacionamentos, cheguei á conclusão que prefiro cachorros.
Não, não é nenhum caso de zoofilia ou alguma intenção afetiva de manter relações com animais domésticos calma lá. É só a constatação de que pessoas podem ser exaustivas em certos pontos da vida.
"Não sei se quero", "não sei se posso", "não sei se hoje dá", "gosto de você mas também gosto dela", " é que tem meu ex na jogada", "você se importa de não contar pra ninguém da gente", "vou te apresentar como uma amiga", "eu não tenho certeza do que sinto por você", "vamos continuar levando e ver onde dá", "ela é só uma amiga", "não sei se eu tô preparado pra um relacionamento mais sério sabe?" e por aí vai. São tantas e tantas frases que desgastam durante  as fases de conquista e começo de relacionamento que dificilmente se  engrena em algo. Além das pessoas interessantes, a busca também é por pessoas descomplicadas e coerentes.
Veja bem, hoje em dia a gente trabalha, estuda faz o corre pra pagar as contas, tem que tentar manter a saúde mental em dia, tem que dar conta das coisas da faculdade, tem que cozinhar, tem que fazer um monte de coisas em prol do próprio bem estar. Inserir outra pessoa no meio dessa vida mais complexa não é tão fácil quanto era na época de ensino médio. Não é só gostar de alguém e pronto. Tem muita coisa em jogo, inclusive a paciência. Você já se sentiu cansado a ponto de não querer entrar em relações por algum tempo? Pois é, acontece.
Cheguei na fase em que relacionamentos são desgastantes. Pessoas são complicadas e na maioria das vezes, deveriam procurar ajuda terapêutica para resolver traumas e questões que não deveriam envolver terceiros. Relacionar-se é um ato não é só de coragem e de abertura emocional, mas um exercício de paciência. Dispor-se a entender o outro é um investimento de tempo que poderia ser empregado em outros setores da nossa vida que precisam de atenção. Pessoas enroladas e que não nos dão a mínima visão de futuro só servem pra gastar energia.
Não consigo mais marcar encontros ou passar mais de três meses com alguém que não vai pra frente. Gente que só da desculpas, que é confusa demais..Gente que nunca pode nada, que adora manter os contatinhos ali do lado, que não tem a menor idéia do que tá sentindo por mim. Gente que não trepa e não sai de cima, que não da um passo a frente, que não vai passar de um daqueles rolos enrolados que a gente não sabe explicar pros amigos o que ta acontecendo.
Não consigo mais dispensar energia que não seja pra dentro de mim. Quero dar carinho pra mim, me levar pra passear, ver os filmes do Oscar sozinha, escolher um restaurante legal pra comer, economizar dinheiro para ir fazer um mochilão, comprar uma bike pra dar umas voltas aleatórias, passar uma manhã inteira na cama lendo algo sem precisar sair dela, fazer tudo que eu fazia antes comigo mesmo, mas sem dar brecha pra alguém interferir nisso. Reparem uma coisa: não é nada de extraordinário, nada que a gente já não faça, nada que não exista numa relação em que o amor-proprio já impere. Essa é só uma fase de autopreservação e de indentificação de prioridades. Gato, papagaio, ou um amor furado: nenhum deles tem lugar na minha vida se a companhia não fizer bem e servir só pra gastar o tempo que eu poderia estar gastando cuidando de mim. Agora cachorro, esse sempre vai ter um lugar no meu coração porque metade de todo amor que sinto é do Iggy, ele sim me salvou e salva todos os dias.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Até quando?

A gente escolhe alguém, não pelo rosto, ou pela cor da pele e dos olhos, escolhemos alguém pelo que a pessoa representa pra nós em certo momento da vida. 
Eu não escolhi esse gostar, também não escolhi deixar . O fiz. Com o coração na boca e o corpo como uma bomba prestes a explodir. 
Você é um mártir diário. Não consigo lidar com você, nem comigo, nem com o sentir.
Mas esse martírio diário não são pior que a idéia de não ter você perto de mim, e só de pensar em qualquer coisa do tipo, tremo, e a sensação no estômago é a mesma que a da primeira vez que acordei ao seu lado. Aquele medo, desde então, fez parte do meu dia-a-dia e passa a aumentar cada vez que te sinto mais longe de mim.
Te peço uma última coisa, não me deixa assim. Você tem o sol dentro de você e é o que eu preciso para continuar, como as plantas precisam dele pela manhã, eu preciso de você para seguir.
Juro, te esquecer nunca fez parte dos meus planos. Eu sou como a lua, eu preciso de você para me iluminar, sem você é só cinza e frio.
Você é essa força da natureza que deu certo. E eu como não sou mulher de correr da dor, deixo ela entrar aos pouquinhos, esbugalhar meus sentidos, enfraquecer meu orgulho. Quando vejo, estou calada novamente, ouvindo o que você não diz e vendo o que você não faz.
Não existe não morrer um pouco quando você chega.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

A geração de pessoas que se sabotam emocionalmente.

Aí você conhece uma pessoa que parece incrível. Vocês conversam sobre tudo, fazem todos os passeios imagináveis, viram madrugadas em confissões e gargalhadas e têm uma química nunca antes vista na história da humanidade. Tudo parece perfeito, até que aquela pessoa começa a sumir, deixando você sem entender o que aconteceu. Você tenta respeitar o espaço, deixa a pessoa respirar, até que um dia, por não entender o que teria acontecido de errado, você chega com a pessoa e pergunta o que houve. E aí ela diz que não tem como continuar porque não quer se envolver.
Você acha aquilo estranho: afinal, se não queria se envolver, então por que dizia que era uma sorte grande ter te encontrado? Se não queria se apegar, então por que dava bom dia todo santo dia? E por que se preocupava em ser uma pessoa tão carinhosa mesmo tanto tempo depois de as primeiras transas terem acontecido? Nada disso faz sentido, não é mesmo?
Você fica sem entender o que aconteceu, vai investigando, até que a pessoa diz ou que teve um/uma ex que deixou traumas ou que gosta muito de um outro alguém, mas esse alguém não sente o mesmo por ela.
Nessa hora, você pode se sentir como se não fosse uma pessoa boa o suficiente para fazer com que esse alguém que você gosta deixe para trás os traumas e o passado. Você pode sentir um forte sentimento de rejeição, capaz de abalar até a mais inabalável das seguranças. Mas de uma coisa você precisa ter a mais absoluta certeza: tudo isso não é problema seu. Você não tem culpa se a pessoa que você gosta é uma das milhares de pessoas que se sabotam.
Se o outro prefere ficar se sabotando, é problema dele. Se ele não quer se permitir viver uma experiência que seria completamente diferente de tudo o que ele já viveu antes, é problema dele. Você não tem nenhuma culpa ou responsabilidade pelas escolhas das outras pessoas, independentemente de quais sejam elas.
Infelizmente, vivemos em uma geração de pessoas covardes, que se envolvem, mas depois ficam afastando os envolvimentos porque preferem ficar se escondendo atrás dos seus traumas. Eu já fiz isso, você também já deve ter feito. E sabe por que tanta gente faz isso? Porque é mais fácil ficar em uma zona de conforto de auto-piedade, reclamando que os traumas deixaram marcas ou dizendo “Ninguém me ama, ninguém me quer”. Mas tudo isso não é problema seu, amig@: é problema da pessoa. É problema dela se ela só se permite se apegar a sentimentos tão pequenos de mágoa, rancor, egoísmo e pena de si mesma.
Todos nós somos imperfeitos, mas nem as suas piores imperfeições justificam que alguém faça isso com você: se envolva, te trate como se fosse ser algo para valer e depois decida ir embora sem dar explicações. Mas, se essa pessoa quer sair da sua vida, deixe que ela vá embora. Você não merece alguém tão covarde.
Do outro lado da mesa
Agora, se você que está aí do outro lado se identifica com o perfil do covarde, pense no que você está fazendo com a sua própria vida. As pessoas são diferentes. O trauma que você teve com uma não necessariamente vai se repetir com outra. Cada um é de um jeito, e, consequentemente, as experiências que você terá com cada pessoa serão diferentes. Pense em todas as pessoas legais que você deixou passar pela sua vida por esse medo de se envolver. Até quando você vai ficar se sabotando por puro medo.Eu sei que ninguém está dentro de você para saber o que você está sentindo. Ninguém está aí dentro para saber o quanto aquela rejeição te doeu e você tem todo o direito de sofrer o quanto achar que tem que sofrer. Mas pense comigo: se você não está preparado para se envolver, então não prolongue as coisas. Não tenha atitudes que deem brechas para que o outro crie expectativas. Quer beijar? Beije, mas deixe claro que você só quer o beijo. Quer transar? Transe, mas seja sincer@ e diga que você só quer isso. Quer só uma companhia para não se sentir sozinh@? Ok, todo mundo tem suas carências, mas deixe tudo bem claro para a outra pessoa. Será uma escolha dela se ela decidir ficar com você mesmo nessas condições. Mas ela precisa saber o que, de fato, está acontecendo.
O problema não é você viver o seu luto, mas sim iludir a pessoa e sumir do nada, sem dar nenhuma explicação, fazendo com que ela pense que o problema é com ela, que ela fez algo de errado. Seja uma pessoa adulta o suficiente para assumir as consequências dos seus atos.
Inclusive a de talvez, daqui a algum tempo, estar aí se remoendo porque não deixou que a Júlia ou o João entrassem para valer na sua vida e te mostrassem que o presente e o futuro podem ser completamente diferentes do passado.
Texto de Ana Paula Souza

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

"Se eu pudesse eu retornaria no tempo e refazia muita coisa"... Não é certo pensar nisso, muito menos dizer. Te torna culpado, te torna covarde porque, para as pessoas, querer voltar e fazer diferente significa que você errou, mas não não errou. 
Eu não errei, tudo apenas aconteceu e agora eu sou fruto do que eu já fui. Não tenho culpa, ninguém tem culpa de ser uma catástrofe natural, todos somos...
Como já dizia Tom Yorke: Somos acidentes esperando para acontecer.
Somos frágeis, por isso somos humanos incapazes de assumir a incapacidade de sermos donos de nós e então vivemos orgulhosos querendo que o outro tenha uma perfeição jamais encontrada nos humanos. Mas se eu pudesse eu retornaria? Sim. 
Eu voltava e vivia outra vez para conseguir perceber tudo que só percebo agora, pra conseguir acreditar na maldição que só se fez real por hoje. Maldição porque agora é verdade, porque agora existe dentro de mim. 
Eu voltava pra ser a Renata de hoje perante a tudo que já me fez medo, perante tudo aquilo que eu não tive coragem de me levantar e mostrar a força que eu tenho e nunca soube. Eu queria voltar e pegar tudo que é meu e eu perdi por não ser forte, por não saber ser independente nessa correria que a vida é, nessa mordaça que é viver presa em questões mínimas enquanto o universo se derrama infinito sobre mim. Se eu pudesse eu seria mais, mas eu não posso. Eu só posso ser agora, nesse instante, nesse segundo em que escrevo... Pra frente, nunca pra trás.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Ta tudo bem..

Quando tudo isso passar, olharemos um para o outro como quem sabe que o perdão nos abraçou assim que decidimos seguir por caminhos diferentes. Você vai sorrir, enquanto passa margarina no pão, porque vai sentir que acabou. Eu acabei pra você. A gente acabou. E eu vou sorrir, enquanto compro alguma coisa no supermercado, porque finalmente acabou. Você terminou sua respiração no meu corpo e já não existe mais.
Nada a ver com morte ou finidades. É só que existem outras coisas e finalmente entendemos que não é sobre o quanto durou, mas o que de bom se carrega pro dia seguinte, e eu quero carregar o sol.
Quem é você depois de um relacionamento, depende única e exclusivamente do seu livre arbítrio. 
Vestir a máscara da dor ou da permissividade é escolha que vem de dentro da gente. Mas mais importante que entrar em uma vivência é saber sair. Olhar para a janela daquela morada que está se fechando e suspirar com a paz de deixar a mesa posta, a cama feita, as toalhas estendidas e a casa arrumada. É ser completamente grato por aquela vivência a dois, pela devoção, pelo investimento, pelo tempo que foi destinado e conseguir ser pleno pela felicidade que foi dividida, pela chance de caminhar todos os dias pela mesma avenida e por ter conhecido alguém que bem ou mal, agregou valores ao nosso caminho. Poucas coisas fazem um cafuné gostoso na alma da gente como a certeza de que a nossa passagem por aquela travessia foi recheada de consideração. E acima de tudo, prosseguir com a tranquilidade que o amor soube sair, tal e qual pediu licença para entrar: sorrateiro, gentil e suave como merece e tem que ser. Gratidão.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Sendo sem ser...

Algumas despedidas são difíceis de engolir, porque quando a pessoa sai da sua vida ela acaba esquecendo um nó na nossa garganta. Fodem com o nosso peso, atrapalham qualquer dieta, porque o coração fica mais pesado e difícil de carregar. Ainda que dramatize a situação dizendo " Coração? Não tenho mais."
As vezes elas desenterram um álbum que você conheceu em 2008 e agora você olha vagamente para a janela do ônibus e pensa "essa música foi feita pra mim". 
Tem algumas despedidas fazem você ter a síndrome do "agora tô na pista!", mas depois de alguns etílicos mililitros ingeridos você cai no velho truque da recaída e, de madrugada, você envia o embriagado e famoso "Oi". 
Até que então vai sendo um dia de cada vez. Até que vai sendo enxergar fantasmas por onde passa, por encontrar-se sem ninguém pelos lugares que você ia acompanhado. 
Até que você acostuma a dormir sem o "Boa noite" habitual. 
Até que vai sendo outros planos, planos que vão até o fim do ano. Até que vai sendo e sendo e sendo e...Pronto! Uma hora ou outra você cansa desse gerúndio. O que doía se cicatriza e tudo bem. É também evolução ver que o que ia sendo agora não vai ser mais.
Até achar outra próxima decepção...ou não.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Deixa eu te falar...

Deixa eu falar do que eu senti quando vi você vindo em minha direção e eu pude olhar bem no fundo dos seus olhos castanhos, frações de segundos antes de passar 2 meses inteiros na minha cabeça e sentir vontade de vomitar todas as constelações que dentro de mim habitavam.
Deixa eu falar também, que eu penso em você todos os dias, desde que eu senti suas mãos, desesperadamente, segurando meu rosto e em uma das muitas brigas você disse que permaneceria.
Deixa eu falar da leveza e lucidez que você colocou dentro de mim com as próprias mãos e que foi a melhor sensação que eu senti em vários anos e que eu daria tudo da vida medíocre que eu tenho, só pra voltar a sentir alguma coisa, gritar pro mundo todo o sentimento que queima e corrói as minhas entranhas.
Me deixa tentar dormir com o coração em paz depois de me dizer que nos veremos amanhã, até quando meu medo e insegurança tomarem conta de mim.
Me deixa sentir vontade de gritar, chorar, bater e brigar e falar tudo o que eu sinto e que isso nem cabe em mim, porque isso me faz cair num abismo infinito de medo em que todas as palavras e expressões existentes fogem de mim.
Me deixa reviver todas as explosões que eu senti dentro de mim..
Mas eu te imploro e suplico
Não me deixa sentir essa dor toda não
Mente que ainda ta aqui. 
Não me jogue um balde de realidade, já fria, porque já faz tanto tempo e o cheiro de cigarro ainda existe no meu quarto.
Diz que ainda tá aqui e não me acorda, não por favor... As mãos da realidade estão atadas às suas, deve ser por isso que você me dói tanto.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Eu por mim

Nessa correria cotidiana de nos querer mostrar sempre dispostos a cumprir com todas as nossas obrigações e parecer uma pessoa menos deprimente para a comunidade que nos rodeia, nos esquecemos em nós mesmos. 
Como ser uma pessoa que tem todos os sentimentos do mundo dentro de você e não poder demonstrá-los?
Me sinto sufocada por estar me prendendo dentro de mim mesma, não sei que rumo vou dar a minha vida ou o que fazer amanhã pro café da manhã... Sou tantas em uma que as vezes minha cabeça me emudece, enquanto meus pensamentos gritam dentro de mim todos de uma só vez. Por em ordem o que penso ou sinto é quase impossível.
Me sinto culpada por ser uma estudante de psicologia em plena consciência de que o tratamento é sim o melhor remédio e fugir dele igual um rato foge de um gato. Me escondo do que sinto porque não consigo lidar com o que tenho dentro de mim. Todas as vezes que chego a um ponto da terapia crucial para minha cura eu simplesmente não consigo dar continuidade, porque é isso que eu faço. Eu corro. Eu me escondo. Eu durmo com uns três travesseiros com medo de ficar sozinha, o medo de alguém me descobrir e não gostar do que eu sou me assombra.
Dizem que eu nasci pra ser sozinha, mesmo nunca querendo estar sozinha. Todas as pessoas da minha família não acreditam que eu possa ter uma vida tradicional, a mesma que tiveram, sim aquela que o patriarcado exige, a que me mata um pouco por dentro todas as vezes que repito minha idade mentalmente. 
O meu problema não é essa cidade estranha, o meu problema não são as pessoas que me rodeiam, o meu problema não é meu curso, nem os meus pais o meu problema sou eu mesmo. Eu e a intensidade com que tudo tem que acontecer em minha vida, tudo é demais. Nada meio termo. Meu grande e eterno erro, até quando vou aprender que não conseguem me aguentar por que não têm a síndrome do pensamento acelerado, ou a ansiedade ou mesmo a querência de tudo pra AGORA porque é isso que eu quero. Agora, do meu jeito e se não for não é. Desde pequena reivindicava com furor me permita querer sempre a cereja do bolo. Eu não aceito ser morna, eu não aceito ser fria, eu sou de fogo. Amo incêndios, tenho essa tendência a intensidade..talvez eu morra disso. A cegueira a respeito do que acontece em mim é desesperadora, sinto tudo com tanta intensidade que tenho a impressão de ser só alma e não é disso que as almas são feitas, de absurdos e enigmas?

domingo, 29 de janeiro de 2017

Não sei.

Eu nunca fui uma pessoa bem comportada. Afinal, nunca tive vocação pra ser menos, tudo meu é mais, é muito, é com tudo que pode ser. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de bonito. Não estou aqui para a aprovação de ninguém, estou aqui para aprender a gostar de cada detalhe que tenho. Sou intensa e transitória e tenho uma alegria em mim que as vezes me cansa. Por isso não me venha com meios termos, com mais ou menos ou qualquer coisa.
Eu não sei lidar! 
Não sei lidar com finais de livros, as séries que eu amo e principalmente relacionamentos. Não sei lidar com esse sentimento de perda, não sei gostar mais ou menos. E se eu chegar a gostar é pra valer, se não for recíproco, eu não sei LIDAR! 
Em meio a tanto querer, tanto sentir e sem saber o que fazer, acabo perdendo. E mais uma vez eu não sei lidar com perdas. Toda uma vida resumida em "não sei lidar" porque eu sou assim mesmo, complicada. Há quem diga que sabe lidar comigo e todas essas emoções efervescentes que me rondam, mas não... Não sabem. Como saber, se nem eu sei lidar comigo mesma?

domingo, 22 de janeiro de 2017

Recado para 2017

Escrever sempre me ajudou muito. Mesmo as vezes não concordando em me expor tanto assim, eu preciso que "o mundo" saiba como eu tenho me sentido. É apenas uma tentativa de tirar de dentro de mim o que vem me sobrecarregando, tenho esperança que talvez eu consiga me transbordar um pouco e tirar isso de dentro de mim.
2017, você chegou de uma maneira bem conturbada. Comecei você com uma discussão com um dos meus amigos, sobre política é claro. Além de não bastar a situação econômica e social do país que anda desastrosa. 
Começou bosta, isso mesmo bem bosta, tive uma crise depressiva horrível e tudo que queria era desaparecer. Uma coisa que não posso te culpar é das pessoas que machuquei com essas minhas crises. Não posso te culpar pela minha instabilidade emocional, por meter os pés pelas mãos e ser tão impulsiva.
Passei alguns dias vegetando na cama, existindo por existir. Em outros ficava tão bêbada mas tão bêbada que não sabia nem como tinha chegado em casa... sim, ambos são fuga. Me dopei de remédios algumas vezes, na esperança de acordar e como um milagre, ter tudo se resolvido. 
Quando voltei a São João uma centelha de esperança nasceu em mim. Nos primeiros dias eu pensei em começar a academia, voltei a correr, pensei em procurar uma auto-escola e tentar ocupar meu tempo vago com coisas úteis. Mas uma vez você passou como um trator por cima de mim...e por essa eu não esperava. Você está levando a pessoa que me dá algum sentido em estar aqui pra longe de mim, e a cada dia eu vejo isso acontecer mais nitidamente. As vezes eu me sinto tão insegura que penso não estar vivendo minha vida e sim sendo somente platéia nela, vejo as coisas acontecerem mas não me sinto parte de nada, nem de ninguém. Em 2016 eu conheci uma pessoa, e você 2017 me trouxe outra completamente diferente. 
Acho injusto com a minha família de longe terem que "tentar" me dar algum tipo de apoio, mandando remédios e mais remédios porque tomar remédio pra tentar dormir o dia todo tá virando hábito, fora consultar e dinheiro e tudo mais que eu tento fazer pra não entrar na mesma crise que eu estava há algum tempo atrás. Isso tá acabando comigo e eu não sei 
É engraçado como a minha vida afeta tanto a de outras pessoas, eu não queria que fosse assim, queria simplesmente desaparecer, mas eu não tenho forças pra isso, tenho tentado ser forte, não por mim, mas pelas pessoas que me AMAM.
Vivemos em uma sociedade onde as pessoas são descartáveis, ninguém se esforça pra mudar isso. Tô tentando encerrar essa etapa da minha vida, com a consciência tranquila que tenho feito de tudo pra tentar melhorar. E espero com muita fé que Deus tenha algo preparado de bom pra mim.
Peço aos meus pais e amigos paciência, eu estou tentando.
E agora ao invés de lamentar, vou encarar esse 2017 como uma oportunidade de mostrar a todos que me amam que eu sou capaz.















sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Amanhã, que tal?

Deixa essa briga pra amanhã, hoje eu não quero mais que conversar qualquer coisa besteira. Cancela as reclamações que eu sei que você já deve ter ensaiado na sua cabeça, todos os palavrões que cê tá afim de falar e relaxa. Eu sei que você fica lindo com raiva, mas eu juro que queria te ver sorrir. Existe uma paz maravilhosa por trás da sua felicidade, algo que não dá pra explicar. Tô precisando um pouco da força que você me passa, será que eu tô pedindo demais? Sei que não tá fácil, que os problemas aqui andam em bando e que eu insisto em pisar na bola, mas compreende que pra mim também é complicado. Infelizmente, temos que saber contornar. Esquece um pouco da raiva que eu te faço, tenta supervalorizar as alegrias e vamos tentar mudar esse cenário. Eu sei que desgasta, que irrita, que a cabeça esquenta, mas somos diferentes, com criações opostas e que estão tentando fazer acontecer. As dificuldades moldam o caminho. Aliás, se a gente fosse perfeito não seriamos do jeito que somos... Errar é que marca a humanidade. E assim como os erros fazem parte de nós, existe uma reciprocidade. Seria pedir demais ficar de boa hoje? Deixar a briga pra amanhã? Se tudo ficar bem, podemos deixar pra nunca mais?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A ansiedade e minha recente falta de unhas

Quiridos em prol de um bem maior (claro que o meu próprio) queria listar algumas coisas que me incomodam um pouco em relação ao "preconceito" e a maneira de agir de algumas pessoas em relação as pessoas que sofrem de ansiedade:

1- Quando o ansioso diz que ele não para de pensar em alguma coisa, acredite. As coisas ficam rolando na nossa cabeça como um looping, e eu tenho consciência disso, o que não quer dizer que eu sou conivente com isso e que eu gosto.

2- A gente sempre sente alguma dor. Seja um nó na garganta, um aperto no estômago ou uma dor constante nas costas. Imaginem, viver com uma dor 24 hrs por dia? Nós não escolhemos isso... e as vezes somos até irritantes nas reclamações e não fazemos pra deixar você puto ou algo do tipo é só uma forma de exteriorizar o que estamos sentindo por dentro.

3- " Você precisa encontrar alguma coisa que te faça relaxar" é uma das piores coisas que você pode falar pra nós em um momento de ansiedade...
Você não acha que se tivesse uma forma de fazer tudo que se passa na minha cabeça pra eu me acalmar eu já não teria feito?

4- "Precisamos conversar" é uma frase desesperadora. Você pode até falar isso, mas tenha a consciência de que você vai fazer a pessoa sofrer de uma forma que não dá pra explicar e vamos rever todos os nossos passos minuciosamente pra tentar descobrir o que supostamente fizemos de errado pra ter essa conversa.

5- O nosso sono é praticamente um terremoto. Não consigo me acalmar nem quando estou dormindo. Isso mesmo, não consigo parar de pensar o que estou pensando acabo sonhando com a coisa e acordo confusa pensando se realmente aconteceu ou eu sonhei.

6- Nós somos absurdamente críticos com os outros, porém sou 10 mil vezes mais crítica comigo mesma. Nada está bom, então imagine o quanto desesperador é viver em um mundo com problemas (criados ou não) o tempo todo.

7- Ansiosos geralmente ficam ansiosos sobre sua ansiedade ( o que é bem louco ). Grande parte do meu tempo gasto me observando e me protegendo contra grande picos de ansiedade, o que me deixa nervosa na maior parte do meu dia.

8- Pode ser muito difícil pra você cobrar um ansioso, mas mil vezes pior pra mim receber a cobrança. Pode ser uma coisa mínima, mas nada é simples pra quem é ansioso. E um "se você passasse um batom pra sair ficaria melhor" já faz com que eu me sinta completamente horrível e não consigo me sentir bem comigo mesma.

9- Simplesmente não diga "você precisa aprender a viver o momento". Posso garantir que isso é uma das coisas que eu mais gostaria de realizar, mas do nada surgem preocupações sobre o futuro e me torno incapaz de viver o agora.

10- Ansiosos se dividem em dois grandes grupos: os hiperativos e os muito atrapalhados. Eu sou das atrapalhadas e sou incapaz de muitas atividades de uma vez pois me dedico mais tempo a ansiedade do que a tarefa em si. 

11- Qualquer momento que exija decisão, mesmo que seja sobre coisas pequenas, pode ser bastante doloroso. " E se for a escolha errada, como eu vou viver com isso?"

12- ANSIEDADE NÃO É FRESCURA OU CARACTERÍSTICA DE UMA GERAÇÃO HIPERATIVA... A ansiedade se dá quando nós perdemos a possibilidade de diminuir o ritmo, se dá através de cobranças ou qualquer coisa que engatilhe uma cobrança a mais que possamos realizar...

Enfim, pedimos paciência aos que nos circundam conviver com uma pessoa assim não é fácil, menos fácil ainda é ser essa pessoa.  

sábado, 14 de janeiro de 2017

Para e pensa.

Precisamos parar com essa mania de se desculpar por sermos quem somos. Parar, de agradecer a uma pessoa por estar ou suportar ficar ao nosso lado.
Ninguém é um fardo, um incômodo, não precisa pontuar o fato de te aturarem e não desistirem de você.
Se alguém constantemente age como se estivesse fazendo um esforço pra permanecer ao seu lado, seja do jeito que for, se afaste dessa pessoa, porque com certeza é você que não precisa dessa companhia.
Pessoas tóxicas sempre vão te fazer sentir mal por ser quem você é.
E somos tão MARAVILHOSOS apesar de todos os nossos defeitos, e até mesmo por causa de alguns deles que somos assim tão diferentes uns dos outros. Isso é você é sua essência não deixe que alguém que não tem personalidade te tire a sua, você não precisa mudar por ninguém e ninguém precisa mudar por você, temos que nos aceitar do jeito que somos. Dica pra vida... :)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Um dia como esse...

"Acordei" sem vontade de ver a cor da vida. Sem vontade de me levantar daquela cama quente, afastar a coberta, calçar meus chinelos, rastejar até o banheiro e literalmente enfiar a cabeça debaixo da água fria, o mais fria possível.
Não queria, mesmo que essa rotina fosse a que mais me adaptei de novembro até aqui. Acordei sem vontade de ver o sorriso do sol, de sentir qualquer brisa fresca enquanto caminho pelo bairro. Não queria, não queria mesmo ter que me sentar mais um dia no sofá da minha casa e ver os problemas dos outros na minha frente. Ora, se nem meus próprios problemas eu sei resolver, como vou conseguir ajudar meus pais com os problemas da casa? 
Acordei com raiva do mundo. E quis que tudo acabasse ali mesmo e que nada nunca tivesse acontecido.
Que lugar é esse pra onde tenho que ir? Onde pessoas não são pessoas, mas sim, apenas objetos de decoração, compondo a paisagem, preenchendo um espaço? Que lugar é esse?
Tô bem cansada. Sinto uma enorme falta de abraços diários durante o dia. Apesar dos dias serem pesados, cansativos, aqui há tanto amor... E agora? 
Não reconheço mais as ruas daquele lugar, nem os rostos que vou encontrar. Parece que tudo se mecanizou. 
As pessoas levam bem a sério a história do "desapegar". Não acho que seja por esse lado. Não mesmo. As pessoas não entendem realmente o que deve ser. Dói. 
Rolei mais uma vez na cama, e finalmente consegui voltar da realidade paralela que é minha mente e seus devaneios. Olhei o teto, virei minha cabeça para a janela. E lá fora vi que esse seria um dia daqueles.. Aqueles que te trazem angústia e nostalgia de viver. Lá fora? Bom, lá fora chovia. Uma chuva fina, sem graça, mas chovia. Odeio esses dias. Decidi então não me levantar. Voltei ao meu inferno astral mais uma vez, fechei meus olhos e desejei muito profundamente, mas muito mesmo, não ter que me levantar nunca mais!








sábado, 7 de janeiro de 2017

Mentira, a defesa dos falsos.

Não sei de fato se encaro como doença esse tipo de comportamento.
Que na verdade se trata de uma grande fraqueza, ah isso não me resta a menor dúvida. O que realmente o portador desse "predicado" se esquece, é a diferença que existe entre a verdade e a mentira.
A mentira é uma história criada que pode ser premeditada, ou instantaneamente inventada e que por assim ser, quando questionada pode ser modificada. Como dizia minha avó: Renata, os seus amigos tem e os amigos dos seus amigos tem outros amigos também...
Para se cobrir uma mentira, sempre outras novas vão sendo criadas.
Já a verdade é única. Indiscutível, é o fato real, que visto, vivido, sabido ou sentido, na memória ficou gravado, podendo ser por muitas vezes repetido, o que na verdade não altera em nada o seu final.
Tentar sustentar uma mentira é ainda mas grave.
É subestimar a inteligência do outro, ferir ainda mais os seus sentimentos. A mentira se revela nos olhos, transpira nos poros e facilmente de ser identificada.
O mentiroso vive em disfarces, tem a mente congestionada, não mostra a cara e encolhe as unhas...
Mune-se deste artifício geralmente em defesa dos seus próprios atos falhos.
Ao ser desmascarada a mentira, são gerados outros doloridos sentimentos, a decepção e a consequente falta de confiança.
Não esquecendo também da Falsidade encontrada também nos indivíduos de caráter duvidoso, um dos piores lados do ser humano, aquela pessoa que chega com boas atitudes, se mostrando super prestativa, mas por trás esconde um monstro. Capaz de jogar o mundo contra o mundo, aquela pessoa que finge ser aquilo que nunca foi.
Falsidade e mentira juntos é um mal irreversível, uma doença (ou não) crônica e degenerativa, da pessoa que possui e claro contagiando quem está a sua volta. Elas são as armas dos covardes e fracos de personalidade, daqueles que acham que mentindo e inventando podem galgar algum lugar, obter algum sucesso.
Só que esses se esquecem que a mentira tem pernas curtas, e a falsidade é facilmente percebida por aqueles que possuem CORAÇÃO e ALMA.
Cuidado, o mal do esperto é achar que todo mundo é bobo!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

A mente que me habita

Bom, tudo começa com uma coisa pequena, boba mesmo tipo: algo que você quer muito da errado, ou uma pessoa briga com você, uma provocação que seja na internet...
Sei lá, pode ser qualquer coisa... Você deixa pra lá só que num certo momento você começa a sentir seu coração palpitar. Não, não tem nada acontecendo mas você sente que uma coisa muito ruim vai acontecer, você começa a perder o ar daí a respiração começa a ficar difícil, você começa a suar de leve, começa a pensar em todas as coisas ruins que aconteceram e que podem levar a acontecer essa coisa muito ruim que está para acontecer e você não sabe o que é... você é tomado por um medo descomunal. E começa a ter medo de ligações cada mensagem que chega no telefone é um mini ataque cardíaco que você tem, daí você começa a procurar gente para conversar, só que tá todo mundo ocupado demais para a devida atenção que você "acha que precisa" merecer, as luzes começam a te incomodar, você fecha as portas e as janelas, você tem a sensação que a coisa ruim vai acontecer a qualquer momento...
Você fecha tudo e seu único refúgio é seu quarto e sua cama, a sua cama debaixo do cobertor vira o único refúgio contra aquele monstro que está prestes a chegar através de uma ligação, mensagem, ou alguém batendo em sua porta.
Só que nunca acontece nada... Fica você e o silêncio, não tem nenhuma notícia, nem ligação, nem mensagem nem ninguém batendo a sua porta. A primeira coisa que você racionaliza depois de algum tempo é que acabou de ter um ataque de pânico e ansiedade. Daí vem aquela sensação de sonolência, aquela sensação de culpa de não conseguir sair da sua cama para fazer as coisas mais banais e importantes... Você para de falar, você não consegue levantar, não almoça, não janta, seus pensamentos começam a faltar, e você ignora toda as notificações do seu celular. Você deixa seus problemas para o você do futuro. Aquele que não tem depressão, esse sim, pode resolver as coisas que você não consegue resolver agora. 
A pior coisa da depressão e da ansiedade é a sensação de invalidez que essa doença traz pra gente... A sensação de que alguma coisa ruim vai acontecer o tempo todo te impede de tomar decisões, você fica cansado de tudo e mesmo você dormindo sem parar no fundo isso não passa, você se sente imprestável. As pessoas começam a falar que é frescura, que é falta de trabalho, falta de sexo... Eles dizem que é simples, que é só levantar e ir lá fazer as coisas... Mas não é simples viver um pequeno filme de terror diário, viver cada minuto lutando contra esse monstro invisível que é sua mente. Você começa a se questionar se essa doença é real mesmo, se você tem um problema ou se você é só uma vagabunda preguiçosa... E os dias vão passando e sua vida ficando pra trás.




domingo, 1 de janeiro de 2017

Lições de 2016 pra não se repetir em 2017

1- Algumas pessoas vão machucar você, não por aquilo que você é, mas por aquilo que elas mesmas são. Depois da dor e do processo de regeneração você vai olhar pra trás e perceber que algumas decepções são fruto de uma espera alucinada por alguém que não veio. Talvez, esse alguém seja você...

2- Em alguns momentos identificáveis da sua jornada, você vai tirar forças de onde nem sabia que existia. A loucura que quase abraçou meu corpo, mas resisti a ela, como também a todos os outros tropeços que poderiam me desestabilizar. Sabiam que as velas só ganham estabilidade no mar? E isso acontece por causa da instabilidade do vento.. Então, passei ainda mais forte pelo murro que a vida me deu me pedindo pra crescer, dói, porém crescimento pessoal é necessário

3- Quando me olhei no espelho e vi feridas quase cicatrizadas, fiquei aliviada. Apesar de não totalmente curadas agarrei a metáfora de que tudo, impreterivelmente tudo, passa. Aquilo que você foi por determinado período não pode ir também? As pessoas a quem amei existiram numa parte minha que hoje não é a mesma. O que vesti ontem não existe mais. Meus desejos, assim como meus átomos, foram destruídos pela esperança em outro dia. E para alívio próprio qualquer abandono que eu tenha sofrido desapareceu no ontem, morreu junto com as células mortíferas do meu próprio corpo.

4- Uma pessoa me disse certa vez que eu poderia escolher quem me fere. Estranhando essa fala, passei a pensar sobre nisso diariamente e cheguei a conclusão de que sim, eu também tenho domínio sobre as coisas que podem colocar a mão no meu peito. As vezes evitando colisões estarei amando por mim e pela outra pessoa.

5- Alguns caminhos doem mais que outros. A paisagem na qual você existia com aquela pessoa; e que a gente jura cortar caminho porque o outro é mais fácil mas no fundo sabemos que as coisas que nos lembram doem, até a comida que você não come mais por causa do gosto guardado em algum canto qualquer da memória. Hoje faço minha própria comida, corro pelas mesmas ruas e me jogo na promessa da eternidade (que tantos já fizeram) mas a eternidade comigo mesma.

6- Algumas pessoas passam por nós na intenção de mostrar que somos autossuficientes. Que podemos e sobreviveremos às entregas em demasia. Se nessa história você saiu quebrado isso significa que em algum ponto você ultrapassou a barreira. Alguns atravessam-na e não voltam nunca mais - mas eu voltei e estou aqui, inteira. E é bom me enxergar inteira, mesmo com algumas lasquinhas tiradas pelo mundo.

7- Você também pode machucar a si mesma por causa de outras pessoas e chamar isso de AMOR. Por vezes, confundimos amor com a necessidade cirúrgica e urgente de se encontrar nos braços de outro alguém. Consequentemente, dançamos no meio da avenida movimentada e renúncias prontas para que o outro, a quem dizemos "amar", se sinta confortável o suficiente. Em nós é gerado o desconforto só para o outro caber. Você tem tirado qual parte do corpo para abrigar o suposto 'amor da sua vida'?

8- Algumas pessoas vão te machucar por aquilo que elas são. No entanto, podem te machucar também por não entenderem nada sobre si mesmas, e, na confusão eterna do que se mostram, estão tão cansadas quanto você. Há sofrimentos que vazam pelo copo e te atingem em cheio. Às vezes, você quem é o copo.

9- Tenho tomado cuidado também para não ser a pessoa que fere. Sendo meticulosa o bastante para saber que ao entrar no caminho de alguém que penso amar. E volto. E vou. E volto. Ainda há tempo de perceber que preciso amar mais a mim mesma, e com excessos.

10- Retomando o item 1, é preciso entender que nenhuma espera vale a nossa própria presença na ausência. Enfim, aqueles que me machucaram não voltam mais, tenho a mim mesma e tá tudo bem!