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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Amor de cachorro

Depois de 20 e tantos anos de vivência e uns muitos anos de interações com seres humanos em relacionamentos, cheguei á conclusão que prefiro cachorros.
Não, não é nenhum caso de zoofilia ou alguma intenção afetiva de manter relações com animais domésticos calma lá. É só a constatação de que pessoas podem ser exaustivas em certos pontos da vida.
"Não sei se quero", "não sei se posso", "não sei se hoje dá", "gosto de você mas também gosto dela", " é que tem meu ex na jogada", "você se importa de não contar pra ninguém da gente", "vou te apresentar como uma amiga", "eu não tenho certeza do que sinto por você", "vamos continuar levando e ver onde dá", "ela é só uma amiga", "não sei se eu tô preparado pra um relacionamento mais sério sabe?" e por aí vai. São tantas e tantas frases que desgastam durante  as fases de conquista e começo de relacionamento que dificilmente se  engrena em algo. Além das pessoas interessantes, a busca também é por pessoas descomplicadas e coerentes.
Veja bem, hoje em dia a gente trabalha, estuda faz o corre pra pagar as contas, tem que tentar manter a saúde mental em dia, tem que dar conta das coisas da faculdade, tem que cozinhar, tem que fazer um monte de coisas em prol do próprio bem estar. Inserir outra pessoa no meio dessa vida mais complexa não é tão fácil quanto era na época de ensino médio. Não é só gostar de alguém e pronto. Tem muita coisa em jogo, inclusive a paciência. Você já se sentiu cansado a ponto de não querer entrar em relações por algum tempo? Pois é, acontece.
Cheguei na fase em que relacionamentos são desgastantes. Pessoas são complicadas e na maioria das vezes, deveriam procurar ajuda terapêutica para resolver traumas e questões que não deveriam envolver terceiros. Relacionar-se é um ato não é só de coragem e de abertura emocional, mas um exercício de paciência. Dispor-se a entender o outro é um investimento de tempo que poderia ser empregado em outros setores da nossa vida que precisam de atenção. Pessoas enroladas e que não nos dão a mínima visão de futuro só servem pra gastar energia.
Não consigo mais marcar encontros ou passar mais de três meses com alguém que não vai pra frente. Gente que só da desculpas, que é confusa demais..Gente que nunca pode nada, que adora manter os contatinhos ali do lado, que não tem a menor idéia do que tá sentindo por mim. Gente que não trepa e não sai de cima, que não da um passo a frente, que não vai passar de um daqueles rolos enrolados que a gente não sabe explicar pros amigos o que ta acontecendo.
Não consigo mais dispensar energia que não seja pra dentro de mim. Quero dar carinho pra mim, me levar pra passear, ver os filmes do Oscar sozinha, escolher um restaurante legal pra comer, economizar dinheiro para ir fazer um mochilão, comprar uma bike pra dar umas voltas aleatórias, passar uma manhã inteira na cama lendo algo sem precisar sair dela, fazer tudo que eu fazia antes comigo mesmo, mas sem dar brecha pra alguém interferir nisso. Reparem uma coisa: não é nada de extraordinário, nada que a gente já não faça, nada que não exista numa relação em que o amor-proprio já impere. Essa é só uma fase de autopreservação e de indentificação de prioridades. Gato, papagaio, ou um amor furado: nenhum deles tem lugar na minha vida se a companhia não fizer bem e servir só pra gastar o tempo que eu poderia estar gastando cuidando de mim. Agora cachorro, esse sempre vai ter um lugar no meu coração porque metade de todo amor que sinto é do Iggy, ele sim me salvou e salva todos os dias.

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