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domingo, 16 de outubro de 2016

Live and let die.

Às vezes eu tenho a audácia de pedir a vida que me permita ir embora, porque não aguento mais os meus dias sobre mim. É um constante peso, diário, quase que como um filho que está prestes a sair de dentro da mãe.
Então eu deito minha cabeça no travesseiro, coloco a musica mais triste do mundo e começo a conversar com aquilo que chamam de Deus.
Ponho-me de bruços, estendida sobre o desconforto de respirar e choro. Choro o buraco que existe em mim. Choro toda a pressão da vida adulta me sugando. Choro pelos que morrem invisíveis como eu. Choro por mim que não sou forte o suficiente para prosseguir.
As pessoas se jogam de apartamentos sabia? Elas simplesmente se vão em sextas-feiras de julho. Algumas sem aparente razão, vão-se porque estão cansadas.
E eu só me sinto cansada. 
Principalmente de não conseguir que algum cometa atinja minha ferida e me deixe ir. Há anos eu não sei o que é estar confortável dentro do meu próprio peito.
" Entre o corte da espada e o perfume da rosa. "

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